segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

(texto de Daniela Marques)

SISTEMA NERVOSO

1.3. FISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO – Transmissão do impulso nervoso

RECORDAR:

æ A condução eléctrica do impulso nervoso, ao longo da célula nervosa está relacionada com a alternância entre os estados de polarização e despolarização registados na sua membrana.

O neurónio ao encontra-se em potencial de repouso, ou seja, não está a transmitir o impulso nervoso, a sua membrana está polarizada e tem uma diferença de potencial de -65mV. Um neurónio em repouso evidencia um predomínio de cargas negativas no interior da célula comparativamente ao seu exterior, pois a membrana é permeável ao potássio, que tende a sair por difusão, mas impermeável ao sódio. O potencial de acção é uma inversão de polaridade da membrana, quando há passagem do impulso nervoso, sendo assim um fenómeno extremamente importante. Consiste na entrada de sódio e a saída de potássio na célula, ficando assim esta permeável ao sódio do que ao potássio. O sódio ao entrar na célula despolariza-a, e dá-se a acumulação de cargas positivas no interior do axónio. Logo de seguida, a membrana recupera a sua permeabilidade original, restabelecendo-se o potencial de repouso

æ Transmissão do impulso nervoso ao longo do neurónio:

- A membrana do neurónio encontra-se polarizada, isto é, regista uma diferença de potencial entre e o exterior da célula, que se designa por potencial de repouso (há mais concentrações de cargas negativas no interior da célula). O valor do potencial eléctrico da membrana quando o neurónio não é estimulado é de -65mV (milivoltes).

- Quando um neurónio recebe um estímulo, desenvolve um potencial de acção corresponde a uma inversão transitória na polaridade da membrana.

- Este potencial de acção divide-se em despolarização (é quando o sódio (Na+) entra na célula e esta passa a ter uma maior quantidade de cargas positivas no interior) e a repolarização (é a movimentação de iões de potássio para o exterior da célula, passando aos -65mV).

- Para haver esta movimentação existe o transporte activo membranar de Na+ e K+, para assegurar a polarização da membrana em repouso.

- Para restabelecer o potencial de repouso há saída de potássio (K+).

æ Transmissão do impulso nervoso entre neurónios:

- Na disposição do Sistema Nervoso, as células nervosas não estão ligadas anatomicamente, mas sim, encontram se organizadas de modo a estabelecer um contacto fisiológico, ou seja, estas funcionam em continuidade/ conjunto, entre si.

- A esta passagem de informação entre neurónios designa se por sinapse, local onde os impulsos nervoso são transmitidos de uma célula pré-sináptica (neurónio que envia a informação) para uma célula pós-sináptica (outro neurónio que recebe a informação, célula muscular ou célula glandular).

EXPLICAÇÃO DA SINAPSE ENTRE DOIS NEURÓNIOS:

O sentido de propagação do impulso nervoso entre neurónio é do telodendro de um neurónio em direcção às dentrites/ corpo celular do neurónio seguinte. A mensagem eléctrica vinda da célula pré-sináptica ao chegar á extremidade desta vai possibilitar a abertura dos canais de Ca2+ (cálcio) que deixa o cálcio entrar ainda para dentro da célula pré-sináptica, este, por sua vez, vai activar a exocitose para a libertação dos neurotransmissores, armazenados nas vesículas sinápticas, para o espaço sináptico.

O tipo de mensagem efectuada pelos neurotransmissores designa se como mensagem química. Esta ao chegar à membrana pós-sináptica origina a modificação do potencial membranar pela abertura dos canais e entrada dos iões.

A transmissão do impulso nervoso é unidireccional, pois de um lado encontra-se os neurotransmissores (células pré-sinápticas) e do outro os receptores (células pré-sinápticas).

RESUMINDO:

æ Quando o potencial de acção chega à extremidade do axónio, as moléculas do neurotransmissor contidos nas vesículas sinápticas são libertados e deslocam-se livremente no espaço sináptico. Aí, na fenda sináptica, os neurotransmissores reagem com os seus receptores localizados na membrana pós-sináptica, desencadeando uma alteração da permeabilidade da membrana, que origina a excitação do neurónio. Poderá então surgir eventualmente um novo potencial de acção ao nível do neurónio seguinte.

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